sábado, março 28, 2009

O Ultimo Oráculo

Como Clive Cussler, considero sempre os livros de James Rollins uma lufada de ar fresco! Os temas são sempre variados e abordados de forma inovadora, a acção é uma contante, de tal forma que, quando dou por isso estou no final da leitura... e olhem que são sempre cerca de 400 e picas páginas.

O Ultimo Oráculo não desiludiu, e foi de encontro às minhas expectativas. Este era um livro que eu vinha aguardando com alguma ansiedade, principalmente por causa da forma como terminou o seu predecessor.

Só achei que neste, é preciso um pouco mais de "mente aberta" do que o costume, por causa do tema do enredo, que tem precisamente a ver com os oráculos, não da forma secular que estou habituada a ver abordada, mas de uma nova perspectiva. A mim pessoalmente, houve situações em que foi impossível não me recordar dos oráculos do filme Inteligência Artificial =)

"(...) o místico oráculo de Delfos era tido em grande consideração.
Durante quase dois mil anos, uma sucessão de mulheres fortemente protegidas residira no templo de Apolo nas encostas do monte Parnaso. Em cada geração, uma mulher solteira ascendia ao lugar de profeta e recebia o nome de Pítia. Sob a acção de um forte transe induzido, respondia a questões sobre o futuro - do mais mundano ao mais profundo.
Os seus admiradores incluíam grandes figuras da história grega e romana: Platão, Sófocles, Aristóteles, Plutarco, Ovídio. Até os primeiros cristãos a respeitavam."

"O relatório da moeda na secretária de Painter incluía uma nota histórica acerca do oráculo, pormenorizando a forma como estas mulheres inalavam o fumos alucinogénicos e respodiam a questões acerca do futuro por parte dos requerentes. Mas as profecias eram mais do que simples adivinhações, pois estas mulheres tinham um grande impacto no mundo antigo. No decurso de um milénio, as profecias do oráculo desempenharam um papel muito importante na libertação de milhares de escravos, lançando as sementes da democracia ocidental e elevando a santidade da vida humana. Há quem diga que as suas palavras foram fundamentais para erguer a Grécia do barbarismo em direcção à civilização moderna."

A aventura para a força Sigma, começa quando um cientista é assassinado mesmo à porta das suas instalações, fazendo crer que ele pretendia levar-lhes alguma informação importante. A partir daqui o comandante Gray Pierce, e a sua equipa, tentam refazer os seus passos, e descobrir o objecto do seu estudo, provavelmente a razão que o levaria a querer contactá-los.

E se todos os oráculos, desde os tempos longínquos de Delfos, partilhassem características importantes no seu ADN?

A verdade é que já alguém descobriu essa possibilidade, e a está a explorar da pior forma imaginável, razão pela qual o cientista teve que ser eliminado, o que arrasta a forma Sigma a uma aventura que atravessa os continentes, e as diferentes culturas.

James Rollins incute sempre um ritmo estonteante, com capítulos curtos, e saltando entre os diversos ramos de uma mesma história.

Somos levados de Washington, até Rússia, passando pela Índia, e nesta última, li pela primeira vez confesso, sobre os intocáveis.

"- Quem é esta gente? - perguntou Gray, querendo saber mais acerca das pessoas que tinha pela frente.
- Para responder a isso - disse Masterson -, tem de compreender o sistema de castas indiano. Segundo reza a lenda, todas as grandes varnas - ou classes de pessoas - derivam de uma entidade celeste. Os brâmanes, que incluem os sacerdotes e professores, provêm da boca dessa entidade. Os governantes e militares dos seus braços. Os comerciantes e proprietários de terras, das suas coxas. Os pés deram origem aos artesãos, operários e camponeses. Cada uma tem a sua própria hierarquia, em grande parte baseada numa colectânea com dois mil anos conhecida por Leis de Manu, que pormenoriza o que cada um pode e não pode fazer.
- E estes intocáveis? - perguntou Gray, olhando para o grupo de homens e rapazes reunidos.
- A quinta varna não terá provido sequer desta grande entidade. Eram excluídos, considerados demasiado poluídos e impuros para se misturarem com as pessoas normais. As pessoas que lidavam com as peles de animais, o sangue, os excrementos, até os corpos dos mortos. Eram afastados das casas e dos templos das castas superiores, não podendo comer com os mesmos utensílios. Nem sequer a sua sombra podia tocar num corpo de uma casta superior. E se alguém quebrasse uma destas regras poderia ser espancado, raptado, assassinado."

No enredo, estes intocáveis têm uma característica especial, que despertou o interesse do cientista assassinado, levando o comandante Gray Pierce à sua região, e a uma descoberta extraordinária.

Este foi o primeiro livro que li da Força Sigma, em que não entrava Seichan, uma "ora inimiga, ora amiga" de Gray. Mas no final do livro, tal como no predecessor, alguma coisa acontece, que nos leva a pensar em como será a aventura que se segue? ...e será que demora muito até a podermos ler? =)

2 comentários:

Pedro disse...

=)

Ainda bem que gostaste!

Parece que esse tema dos oráculos é bastante interessante...

Tita disse...

Este tb está na minha whishlist e ainda bem q gostaste =)