quinta-feira, janeiro 03, 2019

Puzzle (2018)

O ano ainda vai no início, mas já consegui ver 5 filmes.

É algo de que gosto bastante, mas sinto que talvez comece a sentir “o peso da idade”, quando luto para encontrar um filme de que goste verdadeiramente.

Hoje vou falar de Puzzle, de Marc Turtletaub. 

Não seguindo eu nenhum blog ou site de cimena, e não gostando verdadeiramente de me guiar pela opinião dos outros, vou escolhendo os filmes que vejo pelas sinopses / actores / realizadores / pontuação no imdb. Não necessariamente por todos estes parâmetros, mas pelo menos por um.

Esta sinopse despertou o meu interesse, e no imdb espreitei a sua pontuação e também o trailer, pelo que o “etiquetei” mentalmente na categoria “a ver”.

Fi-lo no feriado do 1º dia do ano, mais para o final do dia, sozinha (sim há séries / filmes / programas de TV que sei não fazerem o género da minha outra metade, por isso não o submeto à tortura).

Devo dizer que fiquei com sentimentos mistos. Gostei bastante da personagem Agnes, interpretada brilhantemente por Kelly Mcdonald... 

Do argumento gostei também, mas só até certo ponto.

Compreendo a descoberta de um interesse novo na vida - identifico-me até pelo prazer e “febre” do hobbie interessantíssimo que é fazer puzzles neste caso específico, mas na minha reduzida sabedoria, não me parece que um novo interesse seja completamente incompatível com a vida que até então levamos, ou com aqueles que nos rodeiam, a ponto de abandonar tudo.

No início do filme ficamos com a sensação de que Agnes mais não é do que uma escrava-doméstica, de um marido e filhos que mal querem saber dela, mas a verdade é que com o desenrolar do filme descobrimos o amor que o marido nutre por ela, e que ele próprio é uma espécie de “mouro do trabalho” na sua oficina de automóveis, para tentar manter a sua vida, e proporcionar um futuro aos filhos.

Não estava a contar com o florescer de um novo interesse amoroso, na forma do parceiro de puzzles de Agnes, até porque acho descabida a ideia de que sexos opostos não podem ser simplesmente amigos com interesses em comum. Acabou por não ser um grande amor, porque Agnes não fica com ele mas, juntamente com o sentimento de novidade nela desperto pelos puzzles, a levou a acabar por deixar a família e a partir em busca de uma auto-descoberta.

No fim ficou um sabor agridoce, uma pena por uma personagem que no final, acabou por ser tão pequenina. Estava sinceramente à espera de um filme mais significativo, com mais respeito pelos personagens envolventes, mas no fundo acabou por ser um filme acerca de um umbigo só, o que me desiludiu.

Acho que a história tinha potencial para ir mais longe, para ser mais tocante, mais significativa, mas na minha opinião fica-se por - numa escala de 1 a 10 - um 6 “tremido” (principalmente pela força do argumento da primeira metade do filme, caso contrário, ficaria na negativa mesmo).



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